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A importância da ilustração em nossa vida

Atualizado: 4 de ago. de 2022



Quantas ideias, sentimentos, lembranças e sensações essa imagem remete a você? E sobre a sua infância, você consegue lembrar do primeiro contato com um desenho ou ilustração? Algo que ficou marcado?


Os primeiros contatos com livros são inesquecíveis e, especialmente durante a infância, a conexão com as imagens tornam cada instante singular. Uma bailarina exibindo sua leveza ao dançar, o latido agudo do cachorro, o sorriso de uma criança brincando... e tantos outros momentos são eternizados na memória quando ela é ilustrada.


Todas as descrições acima são visuais, a comunicação visual é o nosso primeiro contato com o mundo e ela traz recordações nítidas, independentemente do tempo que tenha passado. Você já pensou qual o primeiro livro que marcou sua infância? E qual imagem vem em sua mente quando pensa sobre o livro?


Os livros, principalmente os infantis, são ilustrados. Ilustrar significa desenhar, mas quando esse desenho faz parte de um livro, revista ou jornal, esse desenho é chamado ilustração. As imagens são criadas manualmente ou através de softwares, elas são responsáveis por transmitir a mensagem ao leitor para que a ideia expressada seja mais nítida. Quando combinada com textos, estimula ainda mais a viagem. Mas se não houver alfabetização, elas são 100% responsáveis por contar a história e fazer com que o leitor se encante e viaje junto com o conto.


Em entrevista, o psicólogo clínico especialista em psicopedagogia, Daniel S. Goya (CRP 06/93913), nos conta sobre a importância da comunicação visual durante a infância:



Daniel, qual importância da comunicação visual na vida de uma criança?


A primeira fase de nossas vidas é visual. Os primeiros estímulos de um bebê são visuais. Ele ainda não fala e suas ações são limitadas. Quando um adulto faz interações com ele, existe a intenção de retribuir esse contato. É possível notar isso quando gesticulamos e o bebê tenta nos imitar, esse contato visual é o primeiro contato que se tem o com o mundo, e consequentemente a primeira repetição.


Como é o diálogo visual (ilustrações, desenhos, animação) é importante na infância?


Ao interagir com uma criança é necessário entender o que é apresentado, pois ela entenderá isso de forma concreta, porque ela imagina isso de forma concreta. Isso ocorre por conta da experiência de vida limitada que ela tem. Os desenhos auxiliam expandir essa forma de percepção do mundo.


Quando você fala para uma criança: “Pensa na palavra ‘quadro’”, ela automaticamente associa ao quadro pendurado na parede, ela não dispõe de referências e nem experiência de vida para associar, por exemplo, a um quadro clínico ou um quadro negro. Ela – a criança – ainda não consegue flexibilizar seu modo de pensar.


O livro “O pequeno príncipe” tem uma passagem muito interessante, onde o personagem desenha uma cobra que engoliu um elefante. Ele desenha a silhueta de uma cobra com a cabeça, o elefante em pé (porque o que ele pensa é concreto) e o final da cobra. Mas quando ele mostra o desenho para um adulto, ele – o adulto – diz que é um chapéu. E então, começa a discussão como um adulto enxerga o mundo.


É necessário entender que a criança passa por fases distintas, e elas trabalham com associação. Cada associação é feita individualmente. Por exemplo, nos livros pedagógicos, uma letrinha é associada a uma imagem, uma palavra a uma imagem.


Por ela pensar de forma concreta, é preciso um estímulo para fazer a associação de uma nova construção, para um novo processamento de ideia. Enquanto um adulto já tem repertório e experiências de vida, que permitem uma determinada criação sem um estímulo concreto certo, a ilustração apoia a criança a começar a construir essas associações.


O contato com desenhos, faz diferença nos processos de aprendizado?


O contato com desenhos prontos ou criados são importantes, através deles se compreende melhor sentimentos, sensações. A partir de uma ilustração com alguém chorando, é possível ensinar sobre tristeza, alegria, felicidade; ou alguém sorrindo, que pode demonstrar felicidade, nervoso ou stress. A criança precisa ter esse tipo de orientação, pois as primeiras referências são os familiares e o que está a volta dela, e todas elas são visuais.


A fase escolar dá espaço aos livros pedagógicos, que são repletos de ilustrações e através deles é possível criar novas associações (imagens e palavras). Antes de iniciar o processo de alfabetização os conceitos começam a ser fixados através dessas ilustrações.


Matemática, por exemplo, os problemas são desenhados com frutas, objetos e a criança entende o que são as operações matemáticas de forma mais leve, e posteriormente isso é realizado com números.


E o importante é que, primeiramente o conceito foi internalizado.

A escrita e a grafia são também ilustrações. Separar as vogais e consoantes, maiúsculas e minúsculas, as silabas, tudo isso são processos visuais. A criança não conhece a palavra escrita, mas ela já conhece a ilustração.






E na formação psicológica, proporciona algum benefício?


O contato com a arte visual facilita desenvolver o comportamento social. Uma criança que tem contato com desenhos terá mais tato social quando se tornar adulto. Ela conseguirá interpretar melhor os seus próprios sentimentos e os sentimentos alheios, prestando atenção em expressões faciais e corporais, por exemplo.


Quando não existe esse contato visual na infância com desenhos/ilustrações é possível que o adulto tenha dificuldade de interpretar a realidade e lidar com sentimentos, inclusive para decodificar suas próprias sensações.


Não houve um estímulo visual e durante a vida adulta, precisamos disso. Ao criar uma imagem na cabeça – você constrói através da base que você tem – é considerado criatividade, sonhos. Ao idealizar uma casa, uma viagem e você se imagina dentro daquela situação, isso é um estímulo dessa ilustração inicial.


Na escola quando uma professora apresenta um desenho de uma cadeira, ela explica que há vários tipos de cadeira e ensina como pensar numa cadeira; a criança, involuntariamente, absorve o objeto que foi apresentado em desenho, depois concreto e depois internaliza esse conceito.


Então, se não infância não existe estímulo visual através da gravura... da ilustração, provavelmente, não será possível construir referencias internas suficiente e há possibilidade de que esse adulto tenha poucas interpretações do mundo, e fique “perdido”. A chance de ter dificuldades futuras pela falta de contato com o mundo imaginário – apresentado através de desenhos, ilustrações, animações – é gigante.


Essa interpretação rasa fragiliza a compreensão do mundo em diversas formas na fase adulta. A tomada de decisão, posicionamento e escolhas também são afetadas. Em uma dinâmica, por exemplo, onde é solicitado associar vermelho a algum sentimento, dificilmente, esse adulto associará o vermelho a amor ou paixão, pois é a imagem de um coração que traz essa referência nas nossas vidas.


Não é necessariamente que a vida adulta dependa totalmente do contato com esse mundo lúdico. Porém, a essência ao conviver com os demais elementos da construção de um ser humano, possibilita mais destreza em diversos campos da vida. É só pensar no exemplo da cadeira mencionado anteriormente, lembrar que substituímos e renovamos as nossas informações e associações.


A plasticidade neurológica é uma das responsáveis por esse processo de adaptação e pela renovação das conexões neurológicas. Vale lembrar que a maior parte dessa plasticidade existe e deixa de existir na infância.


Depois de um certo ponto, justamente, é ao contrário; essa capacidade vai diminuindo com o passar do tempo, e por isso quando ficamos mais velhos, vamos esquecendo... é o processo natural do envelhecimento.


Então é preciso entender o mundo que uma criança constrói, que ela nomeia, que ela fantasia. Isso é o que enriquecerá o universo dela através de símbolos e gravuras que estão interligados om esses estímulos. E quando ela é privada desse contato, provavelmente não haverá um desenvolvimento neurológico adequado.


E então o discurso social meritocrático: "quem quer, consegue!", "quem quer, se esforça", cai por terra! Se não houve estimulação neurológica suficiente na infância e esse contato com o mundo imaginativo, como essa pessoa poderá concorrer de forma justa a mesma vaga com um adversário que teve essas oportunidades durante seu desenvolvimento?


As bases de construção são diferentes e o universo desses candidatos são totalmente distintos, não é impossível que ambos tenham ótimos resultados, porém há possibilidade de quem teve inspirações na arte, ter um melhor desempenho.


Como vimos a arte pode trazer muito mais que diversão na vida das crianças – e de adultos também. A ilustração ou o desenho são eficazes em colaborar no desenvolvimento infantil. Expandir esse mundo imaginativo.


Navegar histórias, desbravar mares, edificar castelos...explorar florestas...e tantos outros universos que podemos adentrar. Construir nossa própria história. Imaginar, desenhar e colorir nossos sonhos... e ter infinitas referências um dia mais tarde.


Agradecemos ao Daniel S. Goya pelas informações e esclarecimentos.


E você? Já tinha notado todos esses benefícios que uma ilustração pode trazer?


Sabia dessa importância na sua vida?


Conta pra gente!



A GLIV design é especializada na criação de ilustrações para livros, textos e aquela ilustração personalizada para presentear alguém querido.


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